Poesias

Os interditos

Há que romper os interditos
que selam
como animais andar errante
a vida quase possível
entre caracóis, serpentes,
e o pungido rumor das pedras -
com outros homens partir
em cruzadas coletivas
e o sonho de cada um
expropriar o bem e o mal
do coração dos deuses
e tudo com amor
tão dissoluto
que o diferente
se entranhe no parecente
e a felicidade comece
a ordenhar do futuro
as veias cortadas dos amantes
a correr como um rio
o animal da alegria
lambendo um destino
que fala de ti, da solidão
sangue e leite
a que chamamos de vida.

Paulo Roberto do Carmo


09/02/2010

 

 

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